A neve caia devagar no solo,fazendo aquele ambiente parecer um sonho.Karkyc admirou parado por um instante aquela imagem.Porem seus pensamentos lhe trouxeram de volta a realidade,fazendo-o continuar a caminhada.Logo a frente se estendia uma cabana,e era para ali que ele se dirigia.Uma suave fumaça saia do buraco do teto e logo o cheiro de galho queimado e carne tocou o seu olfacto.Fizera aquele caminho muitas vezes quando era mais jovem.Mas a guerra tinha lhe tomado tempo.Tempo ate demais.
Foi se aproximando e sua atenção foi tomada por uma cabeça de cervo e alguns ossos do lado da porta.Chegou mais perto da entrada,onde um grosso pano impedia a entrada da neve e empurrou com a mão e já foi anunciando:
_Cinkar,estou entrando_Logo a sua frente um velho homem ticava o fogo.Seus olhos o viram assim que se calou.O velho não mostrou surpresa.
O ambiente era escuro iluminado somente pela fogueira e pelo buraco no teto.O cheiro de carne assada se tornou mais forte,atiçando a fome do visitante.Era um ambiente apertado,com uma cama e de um lado e uma mesa de madeira na outra.Sobre a mesa havia algumas marcas de sangue e couro de cervo,proveniente da caça do dia.
_Você não vem aqui a muito tempo Karkic.A que devo a honra de sua presença?_Disse em tom irônico e olhou para ele.
Karkyc bufou,perdendo parte de sua paciência.Essa era a hora que devia explicar a ausência de tantos e tantos anos.
_Você sabe que eu sou o Ery,e sabe que estamos em guerra_Baixou o capuz e se dirigiu a fogueira,para sentar ao lado de seu avô e se aquecer_Quando não estou cuidando do povo,estou lutando com os invasores_Chegou mais perto e fez um gesto com as duas mãos,como se esperasse um comprimento.
O Velho se ergueu com dificuldade e deu-lhe um abraço,mas com um pouco de receio.
_Sei do seu compromissos filho_ Disse o velho _ Desde que te nomearão Ery você sumiu._Karkyc começou a falar quando o avô o interrompeu_Não precisa me explicar nada.Eu entendo a sua obrigação.Acho que estou sendo um velho teimoso_Seus olhos se cruzarão e Karkyc viu sinceridade no que ele dizia.
Aos seus 93 anos,Cinkar se sentia velho.Não que a idade já não demonstrasse isso,mas em todo esse tem ele nunca se sentira como nos últimos 2 anos.Nos últimos tempos tinha certa dificuldade de se levantar,movimentos lento e uma serie de outras coisas que sempre criticava nos outros.
Sr.Contador de Historias
terça-feira, 22 de julho de 2014
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
Pode tudo piorar?
Um Monge voltou ao convento depois de anos de peregrinação.Assim que atravessou os portões percebeu que os bárbaros haviam ateado fogo ao templo e destruído os jardins.Em desespero,o pobre homem lançou-se ao chão rasgando as vestes brandando aos céus:
_Parto em busca de sabedoria e resignação e quando retorno é isto que encontro?Qual o sentido desta provação?
Nesse momento,um outro monge,velho e cego,chegou-se a ele é disse:
_Então de nada serviu tua jornada?não aprendeste que,por mais terrível que seja o infortúnio,algo pior sempre poderia ter ocorrido?
O jovem monge retrucou com impaciência:
_Não seja estupido,velho cego.Que haveria de acontecer que me entristecesse mais do que isso?
E o velho respondeu:
_Tu é que es parvo.Pois estás ai a chorar pelas plantas do jardim e pelas pedras do templo sem saber que teu pai e tua mãe morreram de tifo.
_Parto em busca de sabedoria e resignação e quando retorno é isto que encontro?Qual o sentido desta provação?
Nesse momento,um outro monge,velho e cego,chegou-se a ele é disse:
_Então de nada serviu tua jornada?não aprendeste que,por mais terrível que seja o infortúnio,algo pior sempre poderia ter ocorrido?
O jovem monge retrucou com impaciência:
_Não seja estupido,velho cego.Que haveria de acontecer que me entristecesse mais do que isso?
E o velho respondeu:
_Tu é que es parvo.Pois estás ai a chorar pelas plantas do jardim e pelas pedras do templo sem saber que teu pai e tua mãe morreram de tifo.
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Contador de Vantagens.
Muitos seculos atras,os gregos inventaram as Olimpíadas. Realizavam-se de quatro em quatro anos,como em nossos dias,e sempre na mesma cidade, Olímpia,de onde tiraram o nome.Na verdade,naquela época as Olimpíadas não eram assim tao especiais,mais apenas uma das ocasiões em que se competia.Os atletas antigos tinham verdadeira paixão pela competição e gostavam de participar de diversas modalidades:a luta, o lançamento de disco,e de dardo,corridas.Competir era um divertimento
Havia um atleta chamado Vassilis,que se gabava de ser muito bom.Só que ninguém nunca lembrava de te-lo visto vencendo...Ele,e claro,contava mil historias,de modo que aqueles que o ouviam pensavam que ele fosse rápido como um raio,forte como um touro, ágil como um macaco.Pena que sempre acontecia uma desgraça para atrapalha-lo...
–Eu estava em primeiro,quando empédocles me empurrou...
– Já havia imobilizado as espáduas dele no chão,quando...
–No momento do lançamento,tropecei e...
Emfim,garganta ele tinha–e muita!Resultados é o que lhe faltavam...
Os vizinhos e conhecidos passaram a fugir dele,pois ninguém aguentava mais ouvir as historias de seus fracassos.E ficaram felizes quando ele anunciou:
–Adeus,pessoal!Vou embora competir em outros lugares.Aqui,como vocês já devem saber, não existem mais adversários à minha altura...Preciso também de um publico mais vasto!
O sossego durou um ano.E ele voltou,contando mais vantagens do que quando tinha ido!
E descrevia as competições em que participara,os concorrentes com os quais competira,os lugares onde disputara,mostrando força e coragem.E foram tantas as bobagens que falou,que as pessoas não tinham sequer paciência de ouvir.
Então ele soltou uma perola:
–Olhem que há dois meses,em Rhodes,no dia da festa de Poseidon,saltei mais alto do que Filípedes!
Ora,Filípedes era,tao-solene,o campeão das ultimas olimpíadas.
Um homem explodiu:
–Vá contar outra!Como você quer que acreditemos nisso?
Ele manteve um ar serio:
– Compreendo que seja difícil para vocês acreditar,mas tenho testemunhas.Naquele dia,havia umas trinta mil pessoas no estadio.No dia em que algum de vocês quiser viajar comigo para Rhodes,facilmente encontraremos alguém que comprove o que estou dizendo.
Fez-se um silencio.ninguem soube o que responder.Ele falava com tanta segurança...
Um homem esperto,porem,desafiou-o:
–Testemunhas?para que precisamos nos de testemunhas? Você só precisa imaginar que esta em Rhodes e repetir o salto,aqui e agora!
– Já havia imobilizado as espáduas dele no chão,quando...
–No momento do lançamento,tropecei e...
Emfim,garganta ele tinha–e muita!Resultados é o que lhe faltavam...
Os vizinhos e conhecidos passaram a fugir dele,pois ninguém aguentava mais ouvir as historias de seus fracassos.E ficaram felizes quando ele anunciou:
–Adeus,pessoal!Vou embora competir em outros lugares.Aqui,como vocês já devem saber, não existem mais adversários à minha altura...Preciso também de um publico mais vasto!
O sossego durou um ano.E ele voltou,contando mais vantagens do que quando tinha ido!
E descrevia as competições em que participara,os concorrentes com os quais competira,os lugares onde disputara,mostrando força e coragem.E foram tantas as bobagens que falou,que as pessoas não tinham sequer paciência de ouvir.
Então ele soltou uma perola:
–Olhem que há dois meses,em Rhodes,no dia da festa de Poseidon,saltei mais alto do que Filípedes!
Ora,Filípedes era,tao-solene,o campeão das ultimas olimpíadas.
Um homem explodiu:
–Vá contar outra!Como você quer que acreditemos nisso?
Ele manteve um ar serio:
– Compreendo que seja difícil para vocês acreditar,mas tenho testemunhas.Naquele dia,havia umas trinta mil pessoas no estadio.No dia em que algum de vocês quiser viajar comigo para Rhodes,facilmente encontraremos alguém que comprove o que estou dizendo.
Fez-se um silencio.ninguem soube o que responder.Ele falava com tanta segurança...
Um homem esperto,porem,desafiou-o:
–Testemunhas?para que precisamos nos de testemunhas? Você só precisa imaginar que esta em Rhodes e repetir o salto,aqui e agora!
Garota cega
Havia uma garota cega
que se odiava pelo fato de ser cega. Ela também odiava a todos exceto seu namorado. Um dia ela disse que se pudesse
ver o mundo, ela se casaria com seu namorado.
Em um dia de sorte, alguém doou um par de olhos a ela. Então seu
namorado perguntou a ela:
-Agora que você pode ver, você se
casará comigo?
A garota estava
chocada quando viu que seu namorado era cego.Ela disse:
-Eu sinto muito, mas
não posso me casar com você porque você é cego.
O namorado
afastando-se dela em lágrimas disse:
- Por favor, apenas cuide bem dos meus
olhos. Eles eram muito importantes pra mim.
O velho pote rachado
Um carregador de água, na Índia, levava dois potes grandes, ambos
pendurados em cada ponta de uma vara a qual ele carregava atravessada em seu
pescoço. Um dos potes tinha uma rachadura, enquanto o outro era perfeito e
sempre chegava cheio de água no fim da longa jornada entre o poço e a casa do
Senhor para quem o carregador trabalhava. O pote rachado sempre chegava com
água apenas pela metade.
Foi assim por dois anos. Diariamente, o
carregador entregando um pote e meio de água na casa de seu Senhor. Claro, o
pote perfeito estava orgulhoso de suas realizações. Porém, o pote rachado
estava envergonhado de sua imperfeição. Sentia-se miserável por ser capaz de
realizar apenas a metade do que lhe havia sido designado fazer.
Após perceber que por dois anos havia sido uma falha amarga, o pote
rachado, um dia, falou para o carregador à beira do poço:
— Estou envergonhado. Quero lhe pedir
desculpas.
— Por
que? — perguntou o homem. — De que você está envergonhado?
— Nesses
dois anos — disse o pote — eu fui capaz de entregar apenas metade da minha carga, porque essa
rachadura no meu lado faz com que a água vaze por todo o caminho que leva à
casa de seu Senhor.
Por causa do meu defeito você não ganha o salário completo
dos seus esforços.
O carregador ficou triste pela situação do velho
pote, e, com compaixão, falou:
— Quando retornarmos à casa do meu Senhor, quero que observes as flores
ao longo do caminho.
De fato. À medida que eles subiam a montanha, o
velho pote rachado notou muitas e belas flores selvagens ao lado do caminho, e
isto lhe deu ânimo. Mas, no fim da estrada, o velho pote ainda se sentia mal,
porque, mais uma vez, tinha vazado a metade da água, e, de novo, pediu
desculpas ao carregador por sua falha.
O carregador, então, disse ao pote:
— Você notou que pelo caminho só havia flores
no seu lado do caminho? Notou ainda que a cada dia, enquanto voltávamos do
poço, você as regava? Por dois anos eu pude colher flores para ornamentar a
mesa do meu Senhor. Sem você ser do jeito que você é, ele não poderia ter essa
beleza para dar graça à sua casa.
O presente de insultos
Perto de Tóquio vivia
um grande samurai, já idoso, que agora se dedicava a ensinar o zen-budismo
aos jovens.
Apesar de sua idade, corria a lenda de
que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário. Certa tarde, um
guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu por ali. Era famoso
por utilizar a técnica da provocação.
Esperava que seu adversário fizesse o primeiro
movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para reparar os erros
cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante.
O jovem e impaciente
guerreiro jamais havia perdido uma luta. Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo, e aumentar sua fama. Todos os estudantes se manifestaram contra a ideia,
mas o velho mestre aceitou o desafio.
Foram todos para a
praça da cidade, e o jovem começou a insultar o velho mestre.
Chutou algumas pedras
em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos ofendendo
inclusive seus ancestrais.
Durante horas fez tudo para provocá-lo,
mas o velho permaneceu impassível.
No final da tarde, sentindo-se já
exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.
Desapontados pelo fato
de que o mestre aceitara tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram:
- Como o senhor pode
suportar tanta indignidade?Por
que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés
de mostrar-se covarde diante de todos
nós?
- Se alguém chega até você com um
presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente? - perguntou samurai.
- A quem tentou entregá-lo, respondeu
um dos discípulos.
- O mesmo vale para a
inveja, a raiva, e os insultos - disse o mestre.
- Quando não são aceitos, continuam
pertencendo a quem os carregava consigo.
Certo dia, um garoto
inseguro chegou ao professor e disse:
–Venho aqui,
professor, porque me sinto tão pouca coisa, que não tenho forças para fazer
nada. Me dizem que não sirvo para nada, que não faço nada bem, que sou lerdo e
muito idiota.
– Como posso melhorar?
– O que posso fazer para que me valorizem
mais?
O professor sem olhá-lo, disse-lhe:
– Sinto muito meu jovem, mas não posso
te ajudar, devo primeiro resolver meu próprio problema. Talvez depois.
E fazendo uma pausa falou:
– Se você me ajudasse, eu poderia
resolver este problema com mais rapidez e depois talvez possa te ajudar.
– C...Claro, professor, gaguejou o jovem, mas
se sentiu outra vez desvalorizado e hesitou em ajudar seu professor.
O professor tirou um anel que usava no
dedo pequeno e deu ao garoto e disse:
– Monte no cavalo e vá
até o mercado. Devo vender esse anel porque tenho que pagar uma dívida. É preciso
que obtenhas pelo anel o máximo possível, mas não aceite menos que uma moeda de
ouro. Vá e volte com amoeda o
mais rápido possível.
O jovem pegou o anel e partiu. Mal
chegou ao mercado começou a oferecer o anel aos mercadores. Eles olhavam com algum interesse, até quando o jovem
dizia o quanto pretendia pelo anel.Quando o jovem mencionava uma moeda de ouro,
alguns riam, outros saiam sem ao menos olhar para ele,mas só um velhinho foi
amável a ponto de explicar que uma moeda de ouro era muito valiosa para
comprar um anel.Tentando ajudar o jovem, chegaram a oferecer uma
moeda de prata e uma xícara de cobre, mas o jovem seguia as instruções de não aceitar menos que
uma moeda de ouro e recusava as ofertas.
Depois de oferecer a joia
a todos que passaram pelo mercado, abatidos pelo fracasso montou no cavalo
evoltou.
O jovem desejou ter uma moeda de ouro
para que ele mesmo pudesse comprar o anel, assim livrando
a preocupação de seu professor e assim podendo receber ajuda e conselhos.
Entrou na casa e disse:
– Professor, sinto
muito, mas é impossível conseguir o que me pediu. Talvez pudesse conseguir 2 ou 3 moedas de prata, mas não acho que se possa enganar ninguém sobre o
valor do anel.
– Importante que disse meu jovem,... Contestou
sorridente. - Devemos saber primeiro o valor do anel. Volte a montar no cavalo
e vá até o joalheiro. Quem melhor para
saber o valor exato do anel? Diga que quer vender o anel e pergunte quanto ele
te dá por ele. – Mas não importa o quanto ele te ofereça, não o venda... Volte
aqui com meu anel.
O jovem foi até o
joalheiro e lhe deu o anel para examinar. O joalheiro examinou o anel com uma
lupa, pesou o anel e disse:
– Diga ao seu professor, se ele quer
vender agora, não posso dar mais que 58 moedas de ouro pelo anel.
– 58 MOEDAS DE OURO!!! - Exclamou o
jovem.
– Sim, replicou o joalheiro, eu sei que
com tempo eu poderia oferecer cerca de 70 moedas , mas se a venda é
urgente...
O jovem correu emocionado a casa do professor
para contar o que ocorreu.
– Senta. - Disse o professor e depois de
ouvir tudo que o jovem lhe contou disse:– Você é como esse anel, uma joia valiosa
e única. E que só pode ser avaliada por um "expert". Pensava que qualquer um podia descobrir o seu verdadeiro valor?
E dizendo isso voltou a colocar o anel no dedo.
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